Uma das doutrinas mais questionadas e controversas a respeito de Deus talvez seja a doutrina da onipotência da divindade judaico-cristã. Esse conceito está baseado em passagens bíblicas como:
Gênesis 1
Jó 42:2
Salmo 33:6; 139
João 1
Atos 17
A ideia foi extraída desses (e de outros) [con]textos bíblicos e parece bastante plausível quando se crê que a divindade criou tudo a partir do nada usando apenas uma ideia na cabeça e sua palavra em ação (ou, como eu prefiro dizer, pondo seu código-fonte em ação). Há quem vá dizer que, parte dessas passagens mencionando a onipotência divina usa linguagem poética e humana em relação a Deus e não deve ser levada ao pé da letra. A isso se responde pelo modo como o próprio Jesus e seus apóstolos interpretavam as escrituras: todas as passagens do Novo Testamento em que há as palavras "para que se cumprisse” não se vê os autores originais diminuindo ou excluindo profecias em textos que eram poesias, provérbios ou canções que constam no cânon bíblico.
De fato, os autores do Novo Testamento geralmente apresentam suas interpretações citando as referências do Velho Testamento dentro do Novo Testamento, sendo que em sua maioria esses textos tinham alguma relação com Cristo). Tirei essa conclusão sozinho comparando as ocorrências da frase "para que se cumprisse” nas Bíblias com traduções Almeida usando uma ferramenta digital. Sempre é bom lembrar que “Toda a escritura bíblica é inspirada”, conforme 2 Timóteo 2:16.
Como o tema é o "paradoxo da onipotência", antes de ler, se você já se deparou com esse problema antes em algum livro de filosofia ou teologia é bom que você esqueça toda aquela palhaçada de "se Deus seria capaz de fazer uma pedra que ele mesmo não conseguisse mover"; aliás, esqueça também aquele negócio de "objeto imovível x força irresistível", pelo menos por enquanto (e, se você não sabe o que é isso, o Google está aí pra te ajudar). Por hora, vou propor um novo formato para o problema lógico da onipotência. Me responda:
A onipotência inclui a possibilidade de não agir como onipotente mesmo sendo onipotente?
Ilustrando o caso na vida prática: se eu sei que POSSO espancar alguém mais fraco isso necessariamente significa que DEVO, obrigatoriamente, bater nessa pessoa? Poder fazer indica que que eu vá fazê-lo? De forma alguma! Se eu não quiser, não o farei. Eis meu ponto!
Há duas coisas que normalmente são ignoradas no pelo senso comum ao tratar da onipotência divina e como esse atributo se aplica ao Deus judaico-cristão:
a) A onipotência inclui a possibilidade de não agir como onipotente por pura VONTADE;
b) Os atributos essenciais de Deus são entrelaçados: a teologia conceitua Deus como sendo "onipresente, onisciente e onipotente, etc". Apenas para usar os exemplos acima: Ora, se Deus é onipresente também é, por tabela, onisciente (pois está sempre onde tudo que há pra se saber acontece); e se é onisciente (sabendo tudo o que é possível saber para fazer qualquer coisa) é também, por tabela, onipotente! ...E de nada disso segue que sua onipotência não inclua sua vontade! É importante sabermos que o Deus judaico-cristão é uma divindade pessoal: DEUS TEM LIVRE-ARBÍTRIO! Se você pode fazer qualquer coisa, isso inclui NÃO USAR ESSA CAPACIDADE. Logo: Deus não precisa provar sua onipotência!
Eis o paradoxo: para ser onipotente Deus precisa ter a possibilidade de não agir como onipotente. ;-)
De fato, os autores do Novo Testamento geralmente apresentam suas interpretações citando as referências do Velho Testamento dentro do Novo Testamento, sendo que em sua maioria esses textos tinham alguma relação com Cristo). Tirei essa conclusão sozinho comparando as ocorrências da frase "para que se cumprisse” nas Bíblias com traduções Almeida usando uma ferramenta digital. Sempre é bom lembrar que “Toda a escritura bíblica é inspirada”, conforme 2 Timóteo 2:16.
Como o tema é o "paradoxo da onipotência", antes de ler, se você já se deparou com esse problema antes em algum livro de filosofia ou teologia é bom que você esqueça toda aquela palhaçada de "se Deus seria capaz de fazer uma pedra que ele mesmo não conseguisse mover"; aliás, esqueça também aquele negócio de "objeto imovível x força irresistível", pelo menos por enquanto (e, se você não sabe o que é isso, o Google está aí pra te ajudar). Por hora, vou propor um novo formato para o problema lógico da onipotência. Me responda:
A onipotência inclui a possibilidade de não agir como onipotente mesmo sendo onipotente?
Ilustrando o caso na vida prática: se eu sei que POSSO espancar alguém mais fraco isso necessariamente significa que DEVO, obrigatoriamente, bater nessa pessoa? Poder fazer indica que que eu vá fazê-lo? De forma alguma! Se eu não quiser, não o farei. Eis meu ponto!
Há duas coisas que normalmente são ignoradas no pelo senso comum ao tratar da onipotência divina e como esse atributo se aplica ao Deus judaico-cristão:
a) A onipotência inclui a possibilidade de não agir como onipotente por pura VONTADE;
b) Os atributos essenciais de Deus são entrelaçados: a teologia conceitua Deus como sendo "onipresente, onisciente e onipotente, etc". Apenas para usar os exemplos acima: Ora, se Deus é onipresente também é, por tabela, onisciente (pois está sempre onde tudo que há pra se saber acontece); e se é onisciente (sabendo tudo o que é possível saber para fazer qualquer coisa) é também, por tabela, onipotente! ...E de nada disso segue que sua onipotência não inclua sua vontade! É importante sabermos que o Deus judaico-cristão é uma divindade pessoal: DEUS TEM LIVRE-ARBÍTRIO! Se você pode fazer qualquer coisa, isso inclui NÃO USAR ESSA CAPACIDADE. Logo: Deus não precisa provar sua onipotência!
Eis o paradoxo: para ser onipotente Deus precisa ter a possibilidade de não agir como onipotente. ;-)
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