Matérias

domingo, 12 de agosto de 2012

Refutações à Existência de Deus o Caramba! – Parte II

EXPERIÊNCIA PESSOAL


1 - Argumento Teísta: "Milhões de pessoas conhecem pessoalmente Deus através de uma experiência espiritual interior."

O que o ateu diz: A maioria dos teístas afirma que o seu deus particular pode ser conhecido através de meditação e oração, mas essas experiências não apontam para algo exterior à mente. O misticismo pode ser explicado psicologicamente; não é necessário complicar a nossa compreensão do universo com suposições fantasiosas. Sabemos que muitos humanos habitualmente inventam mitos, ouvem vozes, têm alucinações e falam com amigos imaginários. Não sabemos que existe um deus.
Há milhões de crentes em deus; mas essa é uma declaração sobre a Humanidade, não sobre deus. A verdade não é algo que se alcança através do voto. As religiões surgiram para lidar com a morte, fraqueza, sonhos e medo do desconhecido. São mecanismos poderosos para dar sentido à vida e identidade pessoal/cultural. Mas as religiões diferem radicalmente umas das outras, e apelos à experiência interior apenas pioram o conflito.

Proibido Pensar: Não é que não seja possível que uma maioria qualquer esteja errado sobre algum assunto, mas taxar a religião de "paranóia coletiva" é forçar demais. Religião é um fenômeno puramente humano...
Assim como a imaginação. Dessa forma, é mais provável que a religião seja uma função psíquica, como a imaginação. Pessoas diferentes imaginam coisas diferentes, eu sei... Mas TODOS imaginam. Resta saber de onde procede a imaginação, e a Psicologia SABE que a imaginação é fruto da decomposição e recomposição de experiências e idéias acumuladas durante a vida. Não raras vezes coisas imaginadas se mostraram possíveis quando corretamente estudadas, como o homem ser capaz de voar numa máquina (entre milhares de outras coisas).

"Quando um velho e renomado cientista afirma que alguma coisa é possível, ele está quase sempre correto. Quando afirma que algo é impossível, ele está quase sempre errado."
Arthur C. Clarke

A frase de Clarke leva-nos a encarar com mais ressalvas alguns assuntos. Me parece que a posição mais prudente, em termos de ciência, é que se leve em conta o limitado escopo de conhecimento do momento ao se analisar um tema qualquer. Em alguns casos, como na descoberta da estrutura molecular do Benzeno, por Kekulé, a imaginação foi a responsável pela descoberta durante um sonho do cientista. Em alguns momentos, enquanto uma informação ainda está sendo processada ela nos dá lapsos, relances do conhecimento em que ela vai se tornar. A fé é parecida com a imaginação... São tocos de evidências sendo processadas pela mente das pessoas que as leva a crer em Deus baseados na sua vida, nas tradições aprendidas ou na história humana. Se a humanidade começa a existir num ponto da história, a religião também começa. Assim sendo, deve ter existido, no mínimo, uma pessoa, no princípio, com razões e evidências REAIS fortes o bastante pra crer numa divindade (e a Bíblia narra pessoas que, no princípio, se comunicavam com Deus diretamente), mesmo porque, se a religião não fosse uma função mental seria extremamente difícil impregnar tão firmemente essa idéia na cabeça das pessoas sem PROVAS. Se a religião passou a ser usada de outra forma é só uma "entropia de idéias" como numa brincadeira de "telefone sem fio". Seguindo esse mesmo raciocínio, devem haver elementos comuns em todas as religiões e também deve haver uma religião primordial absolutamente verdadeira em relação às outras, apenas parcialmente verdadeiras. O fato da mente conceber uma idéia com base em dados empíricos em sua imaginação nem sempre quer dizer que aquela idéia seja falsa ou impossível.

2 - Argumento Teísta: "Os ateus não têm discernimento espiritual e dificilmente poderiam criticar a experiência teísta de Deus. Isso seria como uma pessoa cega negando a existência das cores."

O que o ateu diz: Muitos teístas afirmam que deus é conhecido através de uma sensibilidade "espiritual". Mas será que a fé é um "sexto sentido" que detecta outro mundo? Céticos negam que tal coisa exista.

Proibido Pensar: Bom, se existe um sexto sentido para perceber um "outro mundo" não seria meio óbvio que um cético (por não ter essa habilidade) o negasse? Isso nada tem a dizer sobre a veracidade do sobrenatural se partirmos desse princípio.

O que o ateu responde: A analogia com o cego não é apropriada porque as pessoas cegas não negam o sentido da visão, nem negam que as cores existam. Os cegos e os que veem vivem no mesmo mundo, ambos podem compreender os princípios naturais envolvidos. O caminho da luz pode ser traçado através de um olho normal até ao cérebro. As frequências podem ser explicadas e o espectro pode ser experimentado independentemente da visão. A existência da cor não precisa ser aceita através da fé.

Proibido Pensar: Mas o que está em questão não é se o cego nega a visão e sim que ELE NÃO ENXERGA! A fé pode ser detalhadamente explicada para um ateu, pode ser coerente e pode ter fortes evidências a seu favor - o ponto aqui é o que o ateu não tem como crer porque já está pré-disposto a descrer partindo das questões particulares que o levaram a se tornar ateu.
Para quem nunca viu nem pode ver, as cores seriam difíceis de entender mesmo que tivesse a visão restituída.
Todavia, o que está em questão é se o ateu realmente não tem sensibilidade espiritual alguma. Particularmente não creio nisso. Por mais que aleguem o contrário, o ateísmo (por definição a = negação + teísmo = crença numa divindade) é uma negação na crença numa divindade; logo, é uma crença negativa. O problema não está se o conceito de Deus foi provado ou não, o problema é que O ATEU NÃO CRÊ nessa possibilidade. Ateus podem imaginar e conceber a noção do espiritual sem nunca aceitá-lo. Não é raro as pessoas negarem o que temem, especialmente em se tratando do Cristianismo, já que apresenta a possibilidade de eterna condenação no que chamamos "inferno".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, discorde, sugira e pergunte... mas com respeito.