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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Dissecando o Ceticismo



Uma das vertentes de pensamento "intelectual" mais presente no pensamento atual é o ceticismo. Questionando a capacidade humana de julgar qual seja o conhecimento da verdade. Isso é um problema para o cristão quando apresentamos Jesus como sendo a verdade. Vamos analisar as crenças básicas do Ceticismo e ver se ele se sustenta segundo a lógica...



CETICISMO:

Premissa maior:
1-Realidade é externa. (está fora de nós)

Premissa menor:
2-Estados mentais (dentro de nós) não podem interagir totalmente com a
realidade externa.

Conclusão:
3-Crenças (fé, conhecimento, memória, etc) não são necessariamente
dependentes da realidade externa.

Definição de Verdade:
4-Verdades são crenças que funcionam com certas contingências reveladas.

Definição de falso:
5-Falsas crenças não funcionam em contingências reveladas.



Para justificar a 2.ª premissa, o ceticismo se baseia na possibilidade de falha sensorial na percepção do que é real e numa possível incapacidade mental de apreender e/ou apreender a realidade. Em primeiro lugar, independente se você professa a crença num Deus ou não é fato que nossos sentidos são a forma primária que dispomos para conhecer o mundo que nos cerca e sobreviver nele – disso segue que há uma correspondência entre nossos sentidos e a realidade o suficiente para assegurar nossa sobrevivência enquanto espécie.

Conforme a justificação da segunda premissa, uma falha de percepção poderia nos levar a um conhecimento errado da realidade e, portanto, da verdade. Todavia: além dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar, tato, propriocepção*, entre outros se você estudar biologia e psicologia a fundo) temos instintos, que nos dizem que no mundo há o que carecemos para saciar nossas necessidades (indicando correspondência não apenas de percepção e mundo, mas de necessidade e mundo) e ainda, para além dos instintos, temos o raciocínio, que nos permite julgar se estamos ou não sendo enganados por nossa percepção e como saciar nossos instintos. Então, podemos afirmar que seria bastante difícil que TODOS os sentidos e instintos humanos estivessem errados ao mesmo tempo sobre nossa percepção de realidade. Os sentidos e instintos não são infalíveis, a exemplo do daltonismo, da homossexualidade, da surdez dentre outras anomalias, mas o ponto é: em uma pessoa saudável instintos e sentidos são confiáveis por corresponderem à realidade pela qual subsistimos. Resta o problema da nossa interpretação das percepções.

Imagine uma família de classe média morando num apartamento no 7.º andar de um prédio onde é proibida a criação de animais. Suponhamos que o pai seja escritor e esteja fechado no quarto, para evitar distrações, trabalhando num livro, enquanto a mãe brinca com a criança. De repente, o pai acha ter ouvido um cavalo a galope após notar o que na verdade se tratava do bater de duas cascas de coco com que seu filho brinca no quarto ao lado. O som dá a ilusão do galopar de um cavalo, mas o erro está na audição ou na suposição de que apenas os cascos dos cavalos produzem aquele som característico? Obviamente a suposição do pai sobre a presença o cavalo estaria errada baseado apenas no som, além de que, para confundir o som das cascas de coco com o galopar de um cavalo o pai teria que ignorar os outros sentidos que lhe negam a presença do cavalo e o raciocínio que diz que é altamente improvável (se não impossível) que haja um cavalo ali. Acreditar piamente na presença do cavalo baseado em apenas um dos sentidos só indicaria que o indivíduo em questão sofre de apofenia. A reação que a maioria de nós teria seria levar um pequeno susto e confirmar com o raciocínio e com os outros sentidos que não há cavalo.

Aí entra um novo aspecto: O fato de nossa interpretação poder estar errada por conta de um leve equívoco não é o bastante pra desacreditá-la de todo. É verdade que um problema mental como a apofenia poderia levar o indivíduo a processar erroneamente a informação, mas esse indivíduo claramente não está em seu juízo perfeito. Tirar conclusões sem um correto julgamento de várias variáveis sensoriais e cognitivas é o mesmo que uma garota que namorou 2 ou 3 vagabundos começar a concluir que "todos os homens são iguais" no sentido pejorativo: Trata-se de uma conclusão mal-elaborada. A amostragem usada pela garota é insuficiente para a formulação de uma regra geral, haja visto que ela não conhece e nem poderia conhecer todos os homens. A conclusão lógica condizente com a realidade seria afirmar: os homens com quem me relacionei me magoaram e não "todos os homens são iguais".

Há ainda um modo mais profundo de negar o ceticismo: como uma mente cujos estados mentais não podem interagir totalmente com a realidade externa poderia chegar a essa conclusão? Baseado em que ela tiraria essa conclusão?! Se evidências físicas, como por exemplo, as da física quântica, se chocam com nossa percepção geral de realidade é porque o nosso design não está adaptado à percepção do universo microscópico.
Não se trata da realidade ser ilusória e sim de existirem níveis de percepção da realidade – e o nosso nível é perfeitamente adequado à nossa sobrevivência enquanto espécie, tanto é verdade que aqui estão vocês, lendo esse texto! Segue-se que tanto percepção quanto pensamento correspondem à realidade com a qual lidamos e na qual subsistimos. Então, o ceticismo está errado.

Quanto ao que dizer a um colega cético quando ele afirmar que é impossível saber se Jesus realmente é Deus ou que Deus é impossível de ser provado pela lógica, ou que você não pode afirmar que "sente a presença de Deus" antes de dar um "chá de bíblia" nele mostre que as premissas básicas do julgamento cético que ele está usando estão erradas.

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