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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Entendendo o Monoteísmo

Pergunta: "O Monoteísmo pode ser provado?"



Resposta: Definição de Monoteísmo – Monoteísmo vem de “mono” (um) e “theism” (crença em Deus). Especificamente, é a crença em um só Deus que é o único Criador, sustentador e juiz de toda a criação. Monoteísmo difere de henoteísmo, que é a crença em vários deuses com um Deus supremo acima deles. Também se opõe ao politeísmo, que é a crença na existência de mais de um deus.


Há vários argumentos para o monoteísmo, incluindo a revelação especial (Sagradas Escrituras), revelação natural (filosofia), assim como antropologia histórica. Esses tipos de revelação vão ser explicados brevemente na lista abaixo, mas essa lista não deve ser considerada completa de forma alguma.

Argumentos Bíblicos para o Monoteísmo – Deuteronômio 4:35: "A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há senão ele." Deuteronômio 6:4: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR." Malaquias 2:10 a: "Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus?" 1 Coríntios 8:6: "Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele." Efésios 4:6: "Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós." 1 Timóteo 2:5: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." Tiago 2:19: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem."

Obviamente, para muitas pessoas, não seria suficiente afirmar que há apenas um Deus porque é o que a Bíblia ensina. Isso é porque sem Deus não há como provar que a Bíblia é Sua Palavra! No entanto, alguém pode argumentar que, já que a Bíblia tem a mais confiável evidência supernatural que confirma o que ensina, monoteísmo poder ser provado baseado neste fato. Um argumento parecido seria as crenças e ensinamentos de Jesus Cristo, quem provou que era Deus (ou pelo menos aprovado por Deus) por seu nascimento e vida milagrosos, assim como o milagre da Sua ressurreição. Deus não pode mentir ou ser enganado; portanto, o que Jesus acreditava e ensinava era verdade. Portanto, monoteísmo, que era em que Jesus acreditava e ensinava, é verdade. Esse argumento pode não impressionar muito aquelas pessoas que não são familiares com o caso de confirmações supernaturais da Escritura e Cristo, mas é um bom começo para aqueles que são familiares com sua veracidade e solidez.

Argumentos Históricos para o Monoteísmo – Argumentos de popularidade são notoriamente suspeitos, mas é interessante observar como o monoteísmo tem afetado outras religiões mundiais. A teoria popular de desenvolvimento religioso evolucionário tem origem em uma opinião evolucionária da realidade em geral, e da pressuposição da antropologia evolucionária que enxerga culturas “primitivas” como representantes de estágios anteriores de desenvolvimento religioso. Mas os problemas com essa teoria evolucionária são vários: (1) O tipo de desenvolvimento que descreve nunca foi observado – na verdade, não aparenta existir em nenhuma cultura qualquer tipo de desenvolvimento ascendente ao monoteísmo – o contrário é o que aparenta ser o caso. (2) A definição do método antropológico de “primitivo” se iguala ao desenvolvimento tecnológico, e isso dificilmente seria um critério satisfatório, já que há tantos componentes em qualquer determinada cultura.

(3) Os supostos estágios estão faltando com frequência ou são completamente ignorados. (4) Finalmente, a maioria das culturas politeístas mostram vestígios de monoteísmo nos primeiros estágios de seu desenvolvimento. O que achamos é que esse Deus monoteísta era pessoal, masculino, morava no céu, tinha grande poder e conhecimento, criou o mundo, é o autor da moralidade que precisamos obedecer, que temos na verdade desobedecido e de quem somos, como resultado, alienados, mas que Ele tem providenciado uma forma de reconciliação. Quase toda religião apresenta uma certa variação desse Deus em algum ponto de seu passado antes de se tornar no grande caos do politeísmo. Portanto, parece que a maioria das religiões começaram com monoteísmo e se “desenvolveram” até o politeísmo, animismo e mágica – não o contrário (O Islamismo é um caso muito raro, tendo vindo do politeísmo até a crença monoteísta). Até com esse movimento, politeísmo é muitas vezes funcionalmente monoteísta ou henoteísta. Raramente uma religião politeísta não vai ter um um de seus deuses exercendo soberania sobre todos os outros, com os deuses inferiores agindo como intermediários.

Argumentos Filosóficos e Teológicos para o Monoteísmo – Há vários argumentos filosóficos para a impossibilidade da existência de mais de um Deus. Muitos desses argumentos dependem bastante da posição metafísica de alguém em relação à natureza da realidade. Infelizmente, em um artigo tão curto como este, seria impossível defender essas posições metafísicas básicas para então mostrar o que elas ensinam em relação ao monoteísmo, mas fique certo de que há fortes bases teológicas e filosóficas para essas verdades que datam milênios atrás (e a maioria são bem evidentes). Em resumo, então, temos três argumentos que alguém pode escolher investigar (listados em certa ordem de dificuldade):

1. Se mais de um Deus existisse, então o universo estaria em total desordem por causa de múltiplos criadores e autoridades, mas não está em desordem; portanto, há apenas um Deus.

2. Já que Deus é um ser completamente perfeito, então não pode existir um segundo Deus, pois eles teriam que ser diferentes de alguma forma, e ser diferente de perfeição completa é ser menos que perfeito e não Deus.

3. Já que Deus é eterno* em Sua existência, então Ele não pode ter partes (pois partes não podem ser adicionadas para alcançar a eternidade). Se a existência de Deus não é só uma parte dEle (o que o é para todas as coisas que podem ou não ter existência), então Ele tem que ter uma existência eterna. Portanto, não pode haver dois seres eternos, pois um teria que ser diferente do outro, e ser diferente da existência eterna é não existir de forma alguma.

Alguém pode querer argumentar que muitos desses argumentos não excluiriam uma sub-classe de “deuses”, e isso é aceitável. Apesar de que sabemos que isso não é verdade biblicamente falando, não há nada de errado com esse pensamento em teoria. Em outras palavras, Deus poderia ter criado uma sub-classe de “deuses”, mas a verdade é que Ele não fez assim. Se tivesse, esses “deuses” seriam seres criados e com limites, provavelmente como os anjos (veja Salmo 82). Isso não é um argumento contra o monoteísmo, que não defende que não pode haver outros seres espirituais – apenas que não pode existir um outro Deus atual.

Brigaduuu!!!


Fonte:


*Nota póstuma de 08/2013: Modifiquei um ponto do texto original do Got Questions de "infinito" para "eterno" para evitar vagueza de linguagem ou erro de raciocínio que podem ser induzidos pela noção de "infinito". Não levem a mal, essa foi uma das primeiras postagens do blog. A razão da troca de termos você pode ler e entender na matéria "Infinito, Paradoxos de Zenão e a Criação".

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