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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ateísmo, Zeitgeist e Outras Parafernálias da Atualidade - Parte 5

"...Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males."
1 Timóteo 6:10




Senhoras e senhores, bem-vindos à economia capitalista!

Se tem um ponto realmente válido do documentário Zeitgeist, que me inspirou nas últimas 5 postagens (esquecendo todas as falácias que o documentário vocifera sobre o Cristianismo) é sua análise crítica sobre economia. Decidi encerrar a série com algumas reflexões que tive nessa análise.

Pra tudo precisamos de dinheiro, desde a compra do sagrado papel higiênico até a aquisição da porcaria do seu iphone (quando um Nokia E63 já estaria de bom tamanho!). 

Mesmo pra fazer uma obra de caridade costumamos arrecadar fundos. Pagamos impostos pelo que compramos embutidos no próprio preço do produto num tipo de metalinguagem econômica. Pagamos pelo serviço de saúde, segurança, educação, serviço de água e esgoto... Em países como a China se paga pra nascer! ...Multa pra família que tiver filhos sem autorização do governo... e não os matar antes de serem descobertos!

Me admira que as pessoas não paguem pra respirar. Como o dinheiro se tornou tão onipresente? Que nem na historinha da origem do dinheiro da Turma da Mônica que décadas atrás foi distribuída nas escolas públicas!

No princípio era a troca e a troca era a base da economia... Digo "era" porque tenho dúvidas que ainda seja, mas disso eu falo mais adiante. As pessoas trocavam coisas que não queriam ou não precisavam ou que tinham em excesso por coisas que faltavam, eram mais necessárias ou que queriam. Supostamente nossos ancestrais eram burros o bastante pra mandar os filhos com uma cabra leiteira percorrer quilômetros floresta adentro pra trocar por manteiga no café da manhã e, talvez, quando/se ele voltasse pra casa 6 meses depois de ter se refugiado numa caverna comendo insetos, caju e cogumelos alucinógenos após a cabra ter sido devorada por uma onça pintada poderia ser considerado um homem adulto. Pra quem por acaso não notou estou sendo sarcástico... 

Os indígenas tupiniquins faziam suas trocas mas não foram burros o bastante para inventar o dinheiro, ao contrário dos povos do "velho mundo" - Agora estou surtando de desgosto porque as poucas sociedades anarquistas na realidade eram as indígenas e as poucas que restam tendem a deixar de existir.

O validade do uso do dinheiro está na capacidade do dono de lucrar com ele além do necess... Digo, esperado. Conclusão, o dinheiro só é útil se existir ganância.

Partindo dessa ideias alguém poderia racionalizar com grande perspicácia e argumentar que os males da economia só refletem o instinto gregário humano, ou seja, era uma desculpa pra poder encontrar outras pessoas... e se exibir... e copular com elas. Enfim... Há quem diga até que todos os esforços humanos no trabalho, na ciência, nas guerras e na construção de culturas e civilizações era apenas dar uma e... TALVEZ fazer bebês pra espécie não desaparecer da face da Terra (o que, na minha opinião, não seria tão ruim).

Se perdeu? ...Estávamos conversando sobre porque o dinheiro é uma invenção idiota. Pois bem, aqui vão alguns termos de livre-associação sobre o tema para sua apreciação:


império romano-sal-ouro-bancos-moeda papel (ou seria papel-moeda)-fmi-crise econômica internacional


Isso com certeza ligou seus neurônios ao tema se é que você já estudou alguma dessas coisas. O dinheiro já foi sal, já foram moedinhas, e posteriormente ouro. Até aí fazia algum sentido porque você praticamente se matava de esforço pra ganhar essas porcarias e trocar pela sua "ração", também conhecida como "pão nosso de cada dia" (valeu império romano! Seus filhos da...). Nisso, as atividades agrárias começaram um loooooooooongo período de deterioração até que as cidades se tornaram totalmente urbanas e industriais. Se você pode ter prestígio de um monte de pela-sacos com seu trabalho de merda, pra quê trabalhar só pela subsistência se você pode DOMINAR O MUNDO?! ...Sei.

Nisso chegamos ao PIB. Por alguma razão histórica, que nunca me explicaram direito antes do meu cérebro virar paçoca elétrica que só pega "no tranco descendo a banguela", o dinheiro nunca foi pensado para valer pelo esforço que se leva pra conseguir. Alguns podem discordar, mas pra discordância ter validade não poderiam existir taxa de juros flutuante, bolsa de valores, especulação internacional, diferenças monetárias, etc.

O dinheiro só tem valor se houver um bem concreto que lhe "empreste" o valor. Antigamente já foi o sal, o ouro e hoje é o PIB. Quem produz mais tem mais grana e os EUA, por exemplo, são ricos por causa das multinacionais e da predação de nações menores terceirizando sua suposta produção... Digo suposta porque não é realizada nem com obra-prima nem com mão-de-obra deles. Na verdade, eu gostaria de saber onde não o é dado o estado da globalização dos mercados internacionais.

Por que o dinheiro nunca foi pensado pra valer o esforço que levamos para conquistá-lo como na "lei da semeadura" ou, "lei da troca equivalente" do Fullmetal Alchemist (esse desenho era legal...). Assim poderíamos trocá-lo simplesmente pelo produto desejado ou pelo próprio objeto de nosso trabalho, ou por serviços.

Aparentemente a balança da subjetividade humana era injustas demais para medir essa equivalência e precisava-se de um padrão de valor. Todavia, acaso são melhores agora? Crises econômicas inexplicáveis em termos inteligíveis, inflação e juros baseados não na oferta e demanda do produto, mas em flutuações de capital, mais-valia, acionistas azarados se jogando de prédios e nações de terceiro mundo cuja miséria alimenta nosso desperdício.

Toda ideia antiga se cristaliza e se transforma numa instituição, mas toda ideia ou instituição que é complexa demais para se entender por meio de dedução não deve ser imposta, mas abandonada. Enquanto nos deliciamos com os excessos, outros morrem pela falta sem nem saber o motivo de seus ancestrais terem perdido o que as boas e velhas tribos anarquistas de índios estão prestes a nunca mais ter: a liberdade de viver... sem capital de giro.

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