"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
(João 8:32).
Por mais conhecido que seja esse versículo, às vezes me parece que os cristãos o estão lendo com os mesmos ares da antiga "lenga-lenga" do "não existe verdade" que ouvimos de professores papagaios ao longo dos anos.
Quantas vezes você já não se deparou tentando explicar para alguém um erro de raciocínio real e a pessoa te respondeu algo como "essa é minha opinião e não é você que vai mudar!"?
Na prática, a pessoa que te responde dessa forma quer dizer que não acredita que o que quer que você esteja dizendo a ela seja verdade.
O real efeito do relativismo é que ele destrói a possibilidade de conhecimento ao negar a verdade e também destrói a possibilidade de comunicação já que os dois lados já não podem mais concordar sobre o que estão falando.
Engraçado que, salve casos de piadas ou doenças mentais como a discalculia, eu nunca vi ninguém "normal" iniciar uma discussão pra provar a alguém que quatro vezes dois não é igual a oito. De fato, houve um tempo em que o simples fato das operações matemáticas serem as mesmas em toda parte já era verdade o suficiente para servir de evidência para a existência de Deus. Nós partimos do princípio que algumas coisas são verdade e o resto é opinião mas ao encontrar alguém mais sábio que nós mesmos preferimos nossa opinião à verdade. Afinal, pensamos: "se eu não sei, não deve ser importante..." ou muito menos verdade.
Para os pensadores modernos "se ninguém vê a árvore cair na floresta, ela não caiu". A sábia pergunta de "qual é a verdade", presente em qualquer investigação ou julgamento sérios, foi substituída pela pergunta burra de Pilatos: O que é a verdade (João 18:38) pergunta que, de tão estúpida que era, Jesus não se deu sequer ao trabalho de responder...
Na igreja, o efeito desse relativismo gerou uma forma de relativismo cristão que ignora aquilo que não conhece das escrituras ou procura desde negar até evitar as porções que lhe incomodam, esquecendo-se que, para o Cristão, a verdade é uma pessoa:
"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6).
"Mas porque eu digo a verdade, não me credes." (João 8:45).
Investigando brevemente a ocorrência da palavra verdade na edição Almeida Corrigida Fiel, pude encontrar a quantidade de vezes que essa palavra se repete nos Evangelhos, e o resultado foi:
Mateus - 6x
Marcos - 4x
Lucas - 7x
João - 24x
De fato, o que o Evangelho de João parece destacar, ainda mais que os demais evangelistas, é que a verdade importa mais ao cristão que a própria felicidade, já que é a verdade o caminho que leva à vida eterna. mas é no Evangelho de Mateus que temos a análise de Cristo de como as pessoas reagem diante da verdade do Evangelho:
"E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo." (Mateus 10:22).
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