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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Pastor Arnaldo x Apóstolo Paulo... e a Única Evidência da Glossolalia





Quem é pentecostal e acompanhou a série "Paradoxos Religiosos" talvez não tenha gostado do que leu, mas é inegável: Atos 2 não menciona línguas estranhas, mas línguas HUMANAS sendo faladas no advento do pentecostes.

Mas, porém, todavia, entretanto, para a alegria dos leitores pentecostais, a Bíblia lhes aponta direito de réplica no tema da glossolalia (termo técnico para as chamadas "línguas estranhas"). Onde? Em 1 Coríntios 14.

Para efeito de contextualização, vamos citar todo o texto sobre as a manifestação de línguas na igreja primitiva, que vai do versículo 1 ao 33 do capítulo 14 de 1 Coríntios sem a notação numérica dos versículos:

"Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. Porque o que fala em LÍNGUA DESCONHECIDA não fala aos homens, senão a Deus; porque NINGUÉM O ENTENDE, e EM ESPÍRITO FALA MISTÉRIOS. Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação. 
E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina? Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim. Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja. Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar. Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida. Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento. Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós. Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos."


Baseado no versículo 4, supondo que Paulo não está ironizando ao dizer "o que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo" realmente dá base para imaginarmos uma língua desconhecida, mas COM SIGNIFICADO. O que pode indicar tanto língua estrangeira como glossolalia. 

Não julguemos a questão precipitadamente... se toda língua estranha fosse língua estrangeira e Deus cedeu línguas humanas em Atos 2:4-12 (clique para ler), não era de se esperar que quem fala tais línguas estivesse entendendo o significado e interpretação do que diz já que seria uma ferramenta para a pregação do Evangelho às nações de toda língua e cultura distintas? Quando comparamos as ocorrências do primeiro pentecostes e as advertências de Paulo sobre o controle no falar de línguas durante o culto, Paulo abre seu discurso com "língua desconhecida" no singular e Atos 2 narra línguas de "partos, medos, elamitas, gente da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto, Ásia , Frígia, Panfília, Egito, terras da Líbia perto de Cirene, forasteiros vindos de Roma (tanto judeus como convertidos ao judaísmo), cretenses e árabes". Sou só eu que notei isso ou realmente Paulo e o autor de Atos estão realmente falando de coisas, ao menos parcialmente, diferentes?

Resta agora ao irmão pentecostal defensor da glossolalia averiguar se a MANIFESTAÇÃO e ÊNFASE no dom de línguas em sua igreja tem se enquadrado no padrão "ordem e decência" preconizado por Paulo em todo capítulo que enfatiza a TRADUÇÃO do que quer que se diga e o SE CALAR caso não haja intérprete.  ;-)

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