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sábado, 26 de outubro de 2013

PARADOXOS RELIGIOSOS: CATOLICISMO ROMANO (parte 7)


Parte 7 da série Paradoxos Religiosos no Catolicismo refutando as 21 argumentações católicas que rejeitam o princípio de interpretação bíblico da Sola Scriptura.


Argumento Católico 16: A Bíblia não estava disponível a todos até o século 15

Refutação: É impressão minha ou a mesma instituição responsável por negar à população o acesso a leitura (inclusive da Bíblia, restrita aos sacerdotes) e que mantinha (e ainda mantém em alguns lugares) a celebração de missas numa língua morta (latim) para manter o conhecimento fora do alcance de qualquer um que não pertencesse ao clero acaba de usar como desculpa para rejeitar a interpretação auto-didática da Bíblia tendo ela própria mantido a Bíblia fora do conhecimento popular até o século 15*, quando dissidentes resolvem popularizar a leitura bíblica, ameaçando os mesmos de morte e instaurando o Tribunal do Santo Ofício? Eu vou fingir que não li isso e vou direto pra razão 17... Mesmo porque isso não prova que a bíblia não seja passível de interpretação por leigos em seus textos fundamentais. Isso nem mesmo tem a ver com o assunto abordado, é simplesmente um non sequitur.

De qualquer modo, vou deixar que um católico responda esse tópico por mim (tomei a liberdade de destacar alguns trechos em negrito):

"Não é incomum que os católicos de hoje pensem ser um absurdo rezar a Missa em Latim. Comumente, pensam ser uma nostalgia, algum apego sentimental qualquer ao passado, como se essa fosse uma questão de pouca importância, da qual a Igreja poderia abrir mão para se adaptar aos tempos. Todavia, a questão do Latim na Igreja não está relacionada ao tempo. Nem ao lugar. Nesta questão, como nas outras, não é a Igreja que deve se adaptar ao homem, mas o homem que deve se adaptar à Igreja. O que fundamenta a utilização do Latim na Igreja são aspectos doutrinários, que contribuem, portanto, para a santificação dos próprios fiéis. E não são fundamentos elaborados nesses tempos recentes em que o latim anda tão esquecido, neste momento de crise intensa.

Os argumentos, a favor do uso do latim na Missa, são excelentes, mas são, em larga medida, rejeitados. Convém, então, dar uma autoridade inquestionável a tais argumentos. São os próprios santos que defendem arduamente a utilização do latim na Missa. Entre eles, destaca-se São Francisco de Sales, que refutou cada ponto dos protestantes em uma série de panfletos, reconvertendo, praticamente, todos os 72000 habitantes de uma cidadezinha - Chablais - que tinha caído no protestantismo. Esses panfletos estão compilados em um livro denominado "A Controvérsia Católica". Entre esses pontos está, obviamente, a pretensão protestante de difundir indiscrminadamente a língua vernácula para a Sagrada Escritura e para a Liturgia. Os argumentos expostos a seguir são, em linhas gerais, os argumentos desse grande Santo para defender as Sagradas Escrituras e a Liturgia em latim.

ESTÁ AÍ O PRIMEIRO ARGUMENTO CONTRA O USO DO VERNÁCULO: evitar o julgamento privado das coisas que devem ser julgadas e estabelecidas pela autoridade da Igreja. O considerável sucesso da língua vernácula, naquela época, e o estrondoso sucesso de hoje, deve-se, antes de tudo, à curiosidade dos homens e ao tanto que cada um estima o seu próprio julgamento. Assim, o uso indiscriminado da língua vulgar implica que cada um é capaz de entender por si mesmo a liturgia e a Bíblia e de julgá-las.

Muito mais importante do que ler as letras é a pregação do Padre, em que a Palavra de Deus não somente é pronunciada, mas também explicada (infelizmente, hoje, poucos Padres sabem explicar a Palavra de Deus)."


Julguem vocês mesmo se isso é ou não manipulação de massa mediante manipulação de informação...

Argumento Católico 17:A Sola Scriptura não existia antes do século XIV
Refutação: Argumento falacioso como já demonstrado na refutação dos itens 1, 8, 12 e 13 dessa série. Consulte nossas matérias anteriores:


Parte 1          Parte 2          Parte 3          Parte 4          Parte 5          Parte 6

Argumento Católico 18: Produz maus frutos, como divisões e disputas

Refutação: Uma vez que um texto só possui um significado verdadeiro - o que o autor quis dizer, não seria mais claro e sincero por parte dos colegas católicos analisarem o grande número de seitas protestantes pelo que realmente os leva a se dividir, a saber, conflitos (vergonhoso, admito) de egos entre líderes religiosos, como o caso de certos telepregadores que vivem falando mal um do outro, mas que vieram da mesma igreja e hoje, cada qual tem sua igreja se afirmando superior à outra? Nem preciso revelar de quem estou falando. Ou seja, a culpa não é do princípio de interpretação textual, mas de intérpretes mal intencionados ou ignorantes aos quais só nos resta deixar o alerta de Cristo e do apóstolo Paulo (respectivamente) nessa questão:

"Pois, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir." 
Marcos 3:24

"Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro." 
1 Timóteo 6:3-5

Argumento Católico 19: Não permite a interpretação definitiva da Bíblia

O argumento desse ponto foi cuidadosamente traçado de modo a criar o "paradoxo do conhecimento impossível. Acompanhem:

"Como temos visto, a Sola Scriptura supõe que basta uma Bíblia como regra de fé para se obter a verdadeira interpretação de qualquer passagem bíblica simplesmente comparando este verso com o restante da Bíblia. Na prática, contudo, o remendo saiu pior que a fratura, pois acaba por impedir que o crente possa chegar a uma certa e definitiva interpretação de qualquer passagem bíblica.

O protestante, na verdade, interpreta a Bíblia mais a partir de uma opinião subjetiva que de uma verdade objetiva. Por exemplo, digamos que o protestante A estudou a determinada passagem bíblica e chegou à conclusão X. O protestante B estudou a mesma passagem, mas concluiu Y. Então, o protestante C estudou a mesma passagem dos outros dois, mas chegou a uma interpretação Z. As interpretações X, Y e Z são contraditórias, entretanto cada um acha que chegou à verdadeira interpretação bíblica porque cada um estudou e comparou a Bíblia pela Bíblia.

Existem, agora, somente duas saídas para estes três protestantes: 1) todos estão errados; 2) somente um está correto. Três interpretações contraditórias jamais podem estar simultaneamente corretas. O problema aqui é que, sem haver uma autoridade infalível que diga qual das três interpretações é a verdadeira (objetivamente verdadeira), não há meios para se saber qual das três é a correta seguramente. Cada protestante está, portanto, em meio a uma interpretação pessoal baseada meramente em opinião pessoal. Estudos e mais estudos são vãos. Cada protestante torna-se, com isso, sua própria autoridade final, ou seja, seu próprio Papa.

Na prática o próprio protestantismo nos mostra que este raciocínio é verdadeiro. Pelo fato de somente a Bíblia não ser suficiente como regra de fé (se fosse, todos os protestantes concordariam em interpretação), cada denominação têm que se render e aderir fixamente às suas próprias interpretações bíblicas. Logo, se existem várias possíveis interpretações da Bíblia, nenhuma é de fato definitiva. E se não há interpretação definitiva da Bíblia o protestante não têm como saber se sua interpretação é verdadeira ou falsa.

Uma boa comparação seria com a lei moral. Se cada um pudesse determinar por sua própria opinião o que é certo e errado, não restaria nada mais que um relativismo moral, e cada uma fixaria seus próprios padrões morais. Entretanto, Deus definiu leis morais absolutas para nós (em adição às que conhecemos pelas leis naturais), e por isso podemos analisar cada ato e reconhecer se é moralmente bom ou mal. O mundo seria impraticável sem moral absoluta.

Cada denominação protestante afirma, lógico, que possui a verdadeira interpretação bíblica. Todas fazem isso. Se não fizessem, perderiam membros. Entretanto, se afirmam que possuem a verdadeira interpretação bíblica, em detrimento às demais, então está se auto-proclamando autoridade final. O problema aqui, se os leitores ainda não notaram, é que este detalhe viola o princípio da Sola Scriptura, que rejeita qualquer autoridade final que não seja a própria Bíblia. Cheque-mate.

Por outro lado, se uma denominação reconhece que sua interpretação bíblica não é mais correta que a de outra, então voltamos ao eterno dilema: qual interpretação está correta? existe alguma, então, que está correta? e se todas são falsas?. Nosso Senhor disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). O problema aqui é que cada denominação, na prática, afirma possuir a única interpretação correta. 

Conclusão, milhares de interpretações corretas diferentes, que resultam em uma total impossibilidade de se conhecer a real e definitiva interpretação a uma passagem bíblica qualquer. Em outras palavras, nenhuma seita protestante pode dizer a autoridade está aqui em relação a uma interpretação bíblica."
Extraído do site bibliacatolica.com.br

Refutação: O paradoxo seria real, não fosse falsa a premissa de que a Sola Scriptura se baseia em interpretações individuais. A Sola Scriptura, como já dito E REPETIDO é um PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA e NÃO É O ÚNICO. QUANDO AMPARADA PELO ESTUDO DO CONTEXTO HISTÓRICO DOS TEXTOS, a Sola Scriptura, em conjunto com os demais princípios de INTERPRETAÇÃO bíblica, é um meio seguro de entender o texto sacro. Como já foi citado, trata-se de um princípio de estudo, mas não se trata do único. Os princípios básicos de interpretação bíblica QUE amparam a Sola Scriptura para evitar múltiplas interpretações e anacronismos são:

*Tota Scriptura - A bíblia deve ser interpretada em sua totalidade e não a partir de textos isolados;
*Analogia Fidei - Supondo que toda Bíblia é inspirada por Deus, ela não pode se contradizer doutrinariamente, portanto a interpretação de termos ou conceitos difíceis deve ser feita a partir de textos/conceitos mais simples também presentes nas escrituras;
*Sola Fide - A justificação do homem se dá pela fé em Cristo;
*Solus Christus - Cristo é a autoridade maior das escritura, portanto é a maior autoridade em como interpretá-las, logo, faz-se necessário, antes de tudo, saber como Jesus utilizava a Bíblia;
*Sola Gratia - A salvação vem mediante o conhecimento da palavra de Deus através da graça e não das obras, muito embora a graça de Deus nos leve às boas obras como consequência;
*Soli Deo Gloria - Apenas Deus é digno de adoração e apenas a Ele devemos obediência e só temos conhecimento dele através de Sua Palavra. A santidade pertence somente a Deus... e a ninguém mais, nem líder religioso nem "santo".
Adaptado de Wikipédia.


Ainda faremos uma matéria mais detalhada sobre esse assunto...

Argumento Católico 20: Faltam sete livros na Bíblia protestante
Refutação: Voltem à refutação do item 6 porque  se trata da mesma questão.

Argumento Católico 21: Se originou dos problemas emocionais de Lutero

Refutação: Esse ponto da argumentação é definitivamente falacioso, não porque Lutero não tivesse conflitos internos (diga-se de passagem, ocorreram ANTES DA FIXAÇÃO DAS 95 TESES na catedral de Wittenberg, como expressão das dúvidas de Lutero antes uma teologia falha na qual cresceu uma fé mau direcionada em meio a heresias romanistas), mas se trata de um argumento falacioso por tentar por em descrédito uma ideia desqualificando o mensageiro! Ora, apenas a título de exemplo, então quer dizer que se um esquizofrênico diz a verdade ela deixa de ser verdade por que em alguns momentos sofre com alucinações? 

Ninguém é perpetuamente mentiroso ou falho e qualquer psicólogo ou psiquiatra sabe que mesmo pessoas psicóticas, em surto, ou portadores de Alzheimer tem momentos de lucidez. Além do mais, para quem está familiarizado com terapia cognitivo-comportamental o "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" de Jesus não poderia ser mais categórico: ao convencer uma pessoa que sofre de uma crença ou medo disfuncional a pessoa passa a ter ferramentas de controle de ansiedade e seu mal psicológico é remido de seus sintomas. Ainda que sobrem resquícios de uma fobia a pessoa aprende a controlá-la. Se isso é possível por psicoterapia que dirá pelo poder da PALAVRA DE DEUS! E foi o que aconteceu com Lutero, conforme registros históricos de sua mudança de confissão de fé (que alguns chamam "conversão") apontam. 

Além disso, o mesmo argumento que tenta desqualificar Lutero também pode ter uso reverso contra personalidades de fé católica. Se observamos o hall da fama dos santos católicos: Santa Luzia arrancou os próprios olhos, São Francisco de Assis conversava com animais e Frei Galvão ensinou as pessoas a comer papel para se curar de doenças (tá, nesse caso, pra ser exato, era um pílula com pedaço de papel com uma oração a Maria dentro, efeito placebo na melhor das hipóteses). Nenhum católico que se preze diria que a fé católica dessas personalidades históricas é falsa apenas por conta de seus episódios de pouca lucidez.

Ora, acusar um erudito tido como gênio, mesmo em sua época, simplesmente por haver encontrado um princípio de interpretação universal da Bíblia que permitiu universalizar o ensino das escrituras a todos e assim testar se o que a Igreja dizia tinha embasamento histórico, cultural, teológico ou prático em relação ao princípio do Cristianismo tendo como santos pessoas que, apesar de sinceras ao que conheciam como sendo Cristianismo, seriam hoje claramente encaminhadas por qualquer profissional de saúde para  tratamento mental ou acusadas legalmente de charlatanismo (porque a lei brasileira nós dá basear isso) não soa muito coerente. Esse é, de certo, o argumento mais fraco dos 21.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Caro irmão católico observe, o objetivo dessa análise não é enriquecer ninguém e sim fazer pensar! Se Deus é coerente e ele também se revela por meios como a tradição da igreja esta tradição não poderia ferir mandamentos ou princípios de obediência dados por ele mesmo, ou seria um Deus coerente ou com problemas mentais e sabemos que Deus não é assim. Aos amigos católicos eu apenas sugiro que avaliem se as tradições que lhes ensinam estão em harmonia com o conhecimento original de Deus que temos pela revelação bíblica onde se narram internações diretas Dele conosco, desde o Antigo Testamento até sua encarnação.

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