Matérias

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Inversion e muito mais no Billy to Indie

Faz muito tempo que o Proibido Pensar não fala de música, mas adivinhem, nós daqui mesmo resolvemos montar um segundo blog apenas para divulgar música de boa qualidade, especialmente dentro dos sub-gêneros do rock e metal. Vou aproveitar o momento então pra divulgar o billytoindie.blogspot.com.br.

Aproveitando isso vou divulgar as bandas cristãs recomendadas lá aqui também no Proibido Pensar. E a dica de hoje é a Inversion.


 


Banda de Death Metal é tudo igual... Distorção crua, baixo, bateria, muita pancada e um vocal urrado definido como gutural que sai sempre igual fazendo a mesma droga de nota independente se você é a gracinha da Angela Gossow (vocal do Arch Enemy) ou o próprio cão dos infernos fazendo gargarejo, certo? Bom... Há controvérsias.

Pra começar, depois de um tempo ouvindo Death Metal a gente começa a perceber alguma melodia no meio daquele pandemônio. Quando se ouve bandas de Death diferentes a gente nota que existem variações vocais tão características quanto os próprios timbre cantados.

Como a diferença é sutil e você tem que ser muito troll ou ter ouvido absoluto (ou os dois) pra perceber a gente acaba ouvindo críticas ao estilo como as que citei.

O engraçado é que há sim bandas de death tradicionais (já que o chamado "Death Melódico" é um outro estilo) que soam diferente do geral e qualquer um pode perceber. Um dos (poucos) exemplos que foge à regra é o Inversion.

É provável que você nunca tenha ouvido falar deles, afinal, os caras resolveram tocar nos tempos de faculdade como hobby e não com aspirações a fama. A curta carreira rendeu 2 cds: o EP de estréia chamado "Tarsus Burning" de 1999 e um épico álbum de nome "The Nature of Depravity", lançado em 2001.

Os guturais são "macios" comparado às bandas de Death Metal comuns, a guitarra é impecável e 5 canções da banda chamam a atenção para seu experimentalismo dentro do Death Meta, você pode ouvir TODAS na playlist acima pelo YouTube:

1. Thieves - uma canção sobre Dimas (um dos ladrões crucificados com Cristo que se arrependeu), praticamente um death acústico cantado em dueto pelo vocalista (guturais) e pelo guitarrista do Inversion embalados por um acompanhamento de violão perfeito;

2. Defilement - Death Metal veloz ao melhor estilo "porrada" com muito destaque de baixo e bateria;

3. Independency - Um dueto com participação do vocalista da banda australiana de Doom Metal "Paramaecium" (resenha em breve) com direito a alguns floreios de piano ao fundo;

4. Stillborn Piety - Um Death com ares de música medievalista soturno com piano de fundo e uma finalização bastante estranha e original aos ouvidos;

5. Upheld - Mais experimentalismo! A canção se inicia com um solo de violão com uma bela introdução cantada, torna-se um Death Metal lento (sim, isso existe), denso e escuro para seguir com um intercurso mórbido, retomar o peso original e termina com a mesma melodia de início, dando um tom de melancolia ao final.


Não é que outras bandas de Death Metal não usem algum experimentalismo HOJE, mas no final dos anos 90 e início dos anos 2000, uma banda desse gênero se aventurar com flertes com piano, música medievalista, doom e acústicos, usando trechos cantados e um gutural que não soa "rasgado" era uma experiência única e muito do que hoje é chamado "Death Melódico" soa próximo demais do Metalcore, que caiu no gosto de muitos headbangers e, de certa forma, saturou o metal, deixando a sonoridade limitada a variações dentro do próprio estilo.

Em tempos de estilos iguais, Inversion era e continua sendo diferente, ora soando como um terremoto veloz, ora como um doom/death, e intercursos vocais cantados que, apesar de sombrios, não lembram nem os vocais graves do doom e do black metal nórdico nem os melodramáticos ataques vocais em tons altos presentes no Metalcore.

Inversion durou pouco, mas acabou virando cult. Pra quem deseja saber mais sobre a banda, segue AQUI um dos poucos links sobre a banda, que é justamente uma entrevista com os integrantes sobre sua música e letras, sempre densamente permeadas por questões filosóficas e teológicas. Bom pra ouvir e bom pra pensar: mais um ponto em que o Inversion fez diferente da maioria no Death Metal.

Pra quem quiser baixar/ouvir o álbum completo e as canções indicadas que não encontrei no youtube clique aqui. E recomendo que aproveitem enquanto uma pipa não cai sobre as sopas de todos nós...

Just keep rocking! \m/

Fontes: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, discorde, sugira e pergunte... mas com respeito.