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terça-feira, 5 de julho de 2011

LIVRE-ARBÍTRIO x DETERMINISMO ☑


Uma das grandes questões filosóficas que mais me enche o saco até hoje é justamente essa: Afinal, temos ou não liberdade? Somos forçados a fazer tantas coisas e obedecer a tantas regras contra nossa vontade que muitas vezes paro pra pensar onde está a liberdade se a maioria das condições e circunstâncias de nossas vidas está fora de nosso controle... e nem todos temos as mesmas oportunidades de escolha.

Qual não seria meu choque após ler um texto do exmo. dr. William Lane Craig afirmando, segundo a lógica pura, que "nenhum determinismo pode ser afirmado pela lógica"!
Você mesmo pode ler a tradução clicando aqui.


-Oooh! - diz a multidão.

-Como assim? - alguém pergunta?

Vou tentar simplificar o artigo do dr. Craig. O determinismo é uma crença sedutora: ela nos diz que não temos culpa de nossas ações porque as circunstâncias nos levaram a elas. Mas o que o determinismo não diz é que as circunstâncias não determinam nossas escolhas, embora possam limitá-las.

Se eu penso, por exemplo, que sou determinado pela minha criação, ou pela genética, ou porque alguma divindade supostamente traçou esse meu destino inevitável pra mim, então a única conclusão a que posso chegar nesse assunto é que poderia ter sido diferente se fossem outras as condições. E aí está o problema: eu cheguei a essa conclusão porque ela é verdadeira ou porque fui "programado" pra pensar assim? A suposta lógica do determinismo FALHA!

A humanidade sempre supôs que há um conjunto de situações dentre as vicissitudes da vida que sabemos estar sob nosso controle – é só por conta dessa verdade que existe sistema penal, escolas e recompensas por comportamentos desejados: sabemos que temos uma série de pequenas escolhas o tempo todo! Por mais que alguns tenham mais oportunidades e outros menos, sempre há, ao menos, 2 alternativas a seguir: um sim ou um não, um ir ou ficar, um viver ou morrer - o que mostra que não há determinismo!

Dito de outra forma: se alguém diz crer nalguma forma de determinismo, subentende-se que, se crê, só crê porque foi pré-determinado a crer... logo, continuaria crendo no determinismo (psicológico, social... etc) mesmo sem evidências de que esse mesmo “determinismo” seja verdadeiro. Em outras palavras: Num sistema determinista, você não pensa - não há raciocínio real. Pensar exige liberdade de avaliar informações por si só e supõe uma responsabilidade moral na busca da verdade, no juízo das circunstâncias, e aplicação da decisão; enquanto que no determinismo você pode estar convicto sem necessidade de demonstrar o motivo! Ou seja, o determinismo não pode se arvorar nem no senso comum, nem no método científico, nem no empirismo e nem na lógica, pois em última análise, o determinismo nega o elemento usado para expressá-lo: nossa capacidade de raciocinar! 

Sendo que o determinismo não é auto-evidente, ele não prova a si mesmo. Está mais para um sistema de "lógica suicida" em que o argumento destrói a si mesmo... tão incoerente quanto dizer que Deus não existe. Para que o determinismo fosse uma realidade possível, a consciência do mesmo, ainda que apenas como possibilidade, não poderia existir. Mas a consciência existe. Logo: o determinismo absoluto é uma FALÁCIA e, portanto, O LIVRE-ARBÍTRIO É REAL!


THE END

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