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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Primeiros Princípios da Lógica ☑

E aí pessoal? Esse é o segundo release que fazemos aqui no blog seguindo a matéria "Tipos de Verdade". É interessante complementar essa idéia com alguns princípios lógicos básicos que regem o raciocínio humano, e que também são a base de pesquisas sobre inteligência artificial. Não precisa ser grande fã de psicologia pra entender, são auto-explicativos. Acreditem, depois de ler, vão começar a notá-los em tudo, mais até do que a porcaria da máscara de cachorro no pato! Enjoy!

Primeiros Princípios da Lógica:


1.Princípio da Causalidade

Todo efeito (ou seja, tudo que é produzido...) necessita, pela lógica, de uma ou mais causas que lhe iniciem. "Todo efeito tem uma causa criadora e toda causa é criadora em algum grau. Não é possível que algo gere a si mesmo e, já que a causa precisa ser necessariamente maior e anterior que o efeito por ela causado, como se constata empiricamente , todo efeito causado tem uma, digamos, "assinatura" que revela quem ou o quê o causou... Um pintor assina seu nome na tela, o fogo que se apaga deixa cinzas, a marca da impressão digital no copo veio da mão de alguém, e assim sucessivamente. Pela lógica, do nada, nada pode sair. Então algo precisa servir de gatilho inicial para trazer as coisas à existência. Outra forma de como esse princípio lógico se apresenta é: "inexistência não é existência". Ex.: Se eu digo que não existo, provo o contrário - já que preciso existir pra negar minha própria existência. Aqui é onde o Princípio da Causalidade se desdobra no Princípio da Não-Contradição.

2.Princípio da Não-contradição

Base do sistema binário que compõe os processadores de computador. Afirmativo lógico da idéia de que duas afirmações opostas não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo num mesmo sentido. Uma implica na anulação da outra, logo tornam-se mutuamente excludentes. Todo processamento de informações na mente humana depende, em última análise, da comparação, já que a mente apresenta apenas os mecanismos necessários para a construção de idéias*; o que torna os pontos de referência tão importante, já que sem eles é impossível se estabelecer comparações e, logo, pensar - muito menos localizar contradições em suas idéias (base única de todo método válido de investigação para averiguar a veracidade. O processo de aprendizado se parece com o método científico: Consiste na observação, formulação de hipótese, experimentação, construção de teoria a partir dos dados experimentados e busca de contradições nesse sistema e em comparação com outros sistemas que foram desenvolvidos por outras pessoas para explicar a mesma situação que foi analisada antes por você.). É a partir do Princípio da Não-Contradição que sabemos que toda reivindicação de verdade é exclusivista. Toda proposição que afirma uma coisa nega outra necessariamente (por pura lógica) assim como um músculo obrigatoriamente tem de relaxar para que outro que lhe está oposto se contraia. Ex.: Uma pessoa crente de que idéias opostas podem ser iguais ao mesmo tempo e num mesmo contexto não acredita que seja verdadeiro o oposto do que ela afirma, o que é absurdo!

3.Princípio da Identidade ou Princípio da Existência

Causalidade + Não-Contradição = Princípio da Identidade. Afirma que uma coisa deve ser conceitualmente igual, única e exclusivamente a si mesma enquanto continuidade de sua própria existência. Se assim não fosse, ela nunca seria ela mesma, o que é o mesmo que não existir propriamente e o conceito de oposição (que se baseia no diferente) seria impossível de ser concebido, logo não haveria pensamento!

Além dos 3 principais Primeiros Princípios apresentados, temos as noções de tempo-espaço e os raciocínio indutivo e dedutivo para regular, administrar e complexificar essa programação inicial com base na experiência sensorial. O mais diretamente comparável a um Princípio Lógico entre os apresentados é um aglomerado deles. É o raciocínio dedutivo: mecanismo que permite, a partir de conhecimentos assimilados anteriormente pela experiência e memorizados, retirar conclusões coerentes das premissas maior e menor que lhe sejam apresentadas. Ex.:

Todo homem vai morrer. Premissa Maior = Generalização.
Bill Gates é homem. Premissa Menor = Idéia Específica.
Bill Gates vai morrer. Conclusão (automática), conseqüente das premissas.

Se o mecanismo do pensamento é tão bom por que pessoas mentem ou tiram conclusões erradas? Bem, toda conclusão errada que decorra daí é conseqüência de informação falsa em algum ponto de uma ou de várias, quando não todas as premissas, o que pode decorrer de má análise, influência de pressão e emoções negativas, preguiça, por aí vai... O sistema em si é "infalível".

Temos ainda o raciocínio indutivo que, pode-se dizer, se classifica no escopo das "verdades prováveis". Soa como um "...pela amostragem ser limitada, não posso construir absolutos, mas conclusões temporárias dadas as evidências conhecidas, então, sou levado a crer que..."

Nesses pilares se constitui o raciocínio e, por tabela, o método científico como conseqüência de a ciência usar a lógica. Infelizmente nem sempre o interesse financeiro e as limitações humanas permitem que a ciência seja sempre totalmente fiel à lógica.

Esses argumentos não podem ser contestados, mas não apresentam nem de longe a natureza do mito, já que toda e qualquer tentativa de desmenti-los (os Primeiros Princípios Lógicos) acaba por usá-los para estruturar o argumento, o que acaba por comprová-los! Não se poderia construir um pensamento sequer sem essas noções. Ex.: - Duvido que estou duvidando. - Logo, continuo duvidando.

Advogados, professores, políticos e profissionais da fala em geral apelam para a lógica dos sofismas para tentar justificar crenças suas que queiram disseminar, independente de serem verdadeiras ou não - o que, por si só, denota falha de caráter, já que o sofisma: sentenças lógicas, mas não verdadeiras - são construídas com o único intuito de fazer parecer que se tem razão, assim como frases de efeito ou ditados populares, mas, como toda idéia pautada em inverdades, se mostram insustentáveis diante dos primeiros princípios ou quando expostas às evidências em sua totalidade e consideradas todas as variáveis em análise dentro das premissas propostas).

Aplicando-se os Primeiros Princípios, pode-se descobrir falhas nas argumentações feitas, principalmente as de cunho filosófico e ideológico. Os Primeiros Princípios funcionam como contra-argumentos. Quem tentar provar que ocorreu um pênalti que ninguém tenha visto (nem ele, ou, a não ser ele) na melhor das hipóteses, só prova que tem 50% de chance de estar certo (ou errado). Afirmações precisam ser embasadas rigidamente na lógica dos Primeiro Princípios. Desde que não haja falhas nas premissas o resultado é uma idéia verdadeira.

*Esse texto foi extraído (e adaptado) do blog A FRIA SOPA DA VINGANÇA e é baseado no verbete de mesmo nome da Enciclopédia Apologética, de Norman Geisler, amplamente recomendada!

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